Há dias tenho esse tema em minha mente: lugares incríveis.
Preciso desenvolver, mas as palavras iniciais não vem e muito menos as sequências. Isso fica a atormentar-me. E como não saiu da minha cabeça … agora estou tentando delinear os primeiros passos.
Pois bem, se num primeiro momento não queria vir palavras, o que dizer de uma frase e de um parágrafo. Aqui estou eu teimando encima deste tema.
Então, pensei: vou começar a colocar palavras na minha aflição em não encontrar as palavras. Aí está! Já é um começo.
Lugares incríveis: com certeza vieram três à minha mente. De maneira forte, não deixando dúvida alguma; três foram os eleitos.
Senti-me um viandante, meio perdido, meio não. Quando a gente acha que está quase perdido, na verdade, já está totalmente perdido.
Nesse meio tempo, em uma jornada mental, meu pensamento me levou por um caminho bem interessante.
Pensei em um deserto.
Fisicamente nunca estive em um deserto. As informações que tenho são de filmes e de outros meios de comunicação.
Sabe-se que é uma porção imensa de areia, muita areia. É quente, muito quente durante o dia. Frio à noite, muito frio. Vento e tempestades de areia.
Esses elementos naturais fustigam o corpo de qualquer coisa viva que com eles se deparem. Deve ser muito ruim, porém, como agora é fruto de minha imaginação, é fácil continuar.
Ah! O Sol! Tão necessário! Nesse ambiente é um grande vilão. Como é que pode? Tão maravilhoso e necessário à vida, também pode ser instrumento de morte e desolação.
Os pés que tentam amassar e subjugar a areia, parecem impotentes, sofrem e aceitam o domínio do mais forte.
Passa por mim, rapidamente, sem me notar, um animalzinho; uma salamandra ou pequeno lagarto habitante insistente desse lugar.
Com o pensamento, olho ao longe. Estou procurando algo mais que não seja só areia. Parece que o vento me dá a direção; eu a sigo.
Tenho a impressão de sentir cheiro de terra. Rezo para que não seja só impressão, só uma miragem.
Para meu alívio é um oásis.
Acho que dá para definir um oásis como sendo uma porção de vida, onde parece que não há vida; ou uma porção de terra, cercada de areia por todos os lados.
No oásis a primeira coisa que nos interessa encontrar é água. E lá, ela sempre está a esperar aquele sedento, aquele faminto por uma gota d’água que seja.
Cactus e palmeiras, são as plantas mais abundantes, acompanhadas da vegetação nativa.
Sombra e água fresca, é mesmo o paraíso do viandante.
Não vejo camelos e nem bicicletas.
Volto um pouco atrás nos meus escritos para ver se eu não me perdi nas montanhas de areia, ou no paraíso do oásis.
Bem, acho que me achei.
Voltemos para aqueles três lugares incríveis, que falei anteriormente.
Não consegui determinar a ordem de importância, pois ela varia de acordo com o que sinto no momento.
O primeiro lugar é a minha casa.
Está surpreso (a)!!
Você esperava aqueles lugares que a gente tem que conhecer antes de morrer? Como as pirâmides do Egito, o Taj Mahal, Jerusalém, Rio de Janeiro e outros?
Para mim, os lugares onde sempre quero estar, ir e voltar, são estes três.
Minha casa.
Aqui vivem muitos seres; apenas dois são humanos.
A nossa porção de terra é bem grande, quase um sítio, em um bairro próximo ao centro da cidade.
Aqui se hospedam pássaros de várias espécies, cores e tamanhos; até um casal de jacu com seus filhotes. O casal permanece e os filhotes ao chegarem na idade própria, vão-se e formam novas famílias. Gralhas barulhentas. Tucanos nada silenciosos. Beija-flores exuberantes. Mais comuns são os pardais, joão-de-barro, sabiá, rolinhas e pombos. Esquilos saltam por toda a propriedade e perturbam os ninhos das aves e buscam frutas para sua alimentação.
Várias árvores frutíferas fazem parte da paisagem e servem de alimentação para os pequenos seres que vivem aqui.
Temos até gambás e lagarto, quase de estimação, aqui ficam porque suprimos diariamente suas necessidades.
Há muita grama verde, verde na maior parte do tempo. Um lago, embeleza o espaço atrás da casa. É quase um parque!
Das preciosidades que vivem aqui, a minha preferida são meus gatos; meus amores. Felizes porque aqui estou e felizes quando para aqui eu volto.
Por Dalva Helvig Nikolak
Continua no próximo Post – LUGARES INCRÍVEIS – Parte II