CRIANDO A PARTIR DO CORAÇÃO
As pessoas rezam a Deus, para alterar as circunstâncias do mundo exterior desde o começo de nossa consciência de que Deus existe, mas parece que Deus nem sempre ouve as nossas preces. Por quê? Você já se fez essa pergunta? Por que Deus não nos dá o que pedimos? Na Bíblia está escrito: “Peça e receberás”. Mas isso parece não acontecer ainda. Talvez o que vem a seguir possa ser a resposta a essa pergunta.
Vamos falar sobre a criação e sobre a capacidade de criar. Muitas vezes, somos ensinados na escola e em casa que estamos à mercê dos elementos aleatórios das leis da física. E, é claro, se você acredita que isso é verdade, então estará limitado por essa crença e ela se tornará a sua realidade.
Porém, muito tempo atrás as pessoas não pensavam dessa maneira, Elas acreditavam num lado espiritual da realidade, no qual o espírito humano poderia mudar a realidade externa por meio de uma intenção interna.
Primeiramente, precisamos ver o modo como a mente cria um milagre e compará-lo ao modo como o espaço sagrado do coração faz o mesmo.
CRIANDO A PARTIR DA MENTE
Algumas vezes, nada acontece quando você reza a Deus por alguma coisa que julga necessária.
Efeito Isaias* esclarece porque isso ocorre.
Os antigos pergaminhos dizem que qualquer milagre começa com a ATENÇÃO, ou com o foco da mente – você coloca a atenção da sua mente no que quer que aconteça.
Por exemplo: digamos que você queira se curar de uma terrível doença, e assim foca os seus pensamentos na cura dessa parte específica do seu corpo. É claro que isso não é suficiente para que alguma coisa aconteça, mas é um passo essencial para iniciar o processo de cura.
Depois da ATENÇÃO você acrescenta a INTENÇÃO.
Continuando o nosso exemplo, após ter colocado a sua atenção sobre a parte afetada do seu corpo, você tem a intenção de que a doença desapareça. Mas isso também não é o bastante.
Três outras partes têm que participar, ou nada acontece – o corpo mental, o corpo emocional e o corpo físico.
O corpo mental, ou mente, precisa ver a parte doente do corpo sendo curada. Ele tem que reter a imagem da parte antes afetada completamente curada e sadia, totalmente livre de problemas. Também que saber com certeza que a cura está acontecendo agora ou que acontecerá dentro de um prazo definido, dependendo do que você seja capaz de aceitar. Você pode aceitar uma cura instantânea ou o seu padrão de crenças necessita de mais tempo? Essa definição é essencial, mas ainda não é o bastante.
O corpo emocional, em seguida tem que participar. Você tem que sentir a EMOÇÃO de como será estar completamente saudável, sem ter mais a doença. É necessário que sinta verdadeiramente essa emoção, e não apenas que a sua mente pense que a está sentindo. Essa parte é complicada para muitos, mas, sem o envolvimento do corpo emocional, absolutamente nada acontecerá.
E ainda não é o suficiente.
Você pode estar rezando para ser curado; sua atenção pode estar completamente focada na doença; sua intenção pode ser que a doença seja curada; sua mente pode saber que o seu corpo está curado ou que será curado; e o seu corpo emocional pode sentir a emoção – digamos, a alegria -, como se o seu corpo estivesse completamente saudável. Mas nada ainda acontecerá se a terceira e última parte não estiver participando.
Quantas pessoas rezam por alguma coisa usando tudo o que foi descrito acima, apenas sabendo que acontecerá, chorando por horas para que aconteça, e ainda assim, não obtêm nenhum resultado? Isso ocorre porque a última parte ainda não foi inserida na equação. É a parte que quase todos esquecem ou não reconhecem.
É o corpo físico, essa parte final, o aspecto esquecido.
Em nosso exemplo, você tem que sentir a parte de seu corpo como se ela estivesse completamente normal e curada. Isso não significa sentir um padrão mental ou consciência procurando dentro do corpo; significa, em vez disso, ter verdadeiras sensações corporais no local em que sentir o seu corpo respondendo. Você não sente mais dor; ao contrário, sente vitalidade na área do seu corpo que está focalizando. Você sente a saúde e a beleza do seu corpo. Quando essa etapa final do corpo começa a responder, o milagre sempre ocorrerá em seguida.
Há mais coisas que não foram discutidas no Efeito Isaias. É que, quando criamos a partir da mente, criamos ambas as polaridades da nossa intenção.
Assim, se rezamos pela paz, por exemplo, obtemos ambas, a paz e a guerra. É exatamente o que vemos neste mundo hoje.
Vamos examinar essa situação com mais profundidade.
Lógica versus sentimentos e emoções
A mente cria usando pensamentos e estes se sucedem usando a lógica. Portanto, em qualquer coisa que a mente cria é possível seguir logicamente o caminho de como a realidade foi transformada de um estado para outro. Mesmo que se trate de um milagre, ele ainda assim terá uma sequência lógica, se você puder encontrá-la. Porém, a mente sempre gera ambos os lados da polaridade da intenção original.
O coração, por outro lado, é completamente diferente. Ele cria por meio de sonhos e imagens e estes, se manifestam por meio de sentimentos e emoções.
Essa maneira de criar não usa a lógica, não tem que ser lógica para passar de um estado para outro.
Se você rezar para pedir chuva usando o coração, por exemplo, pode começar a chover imediatamente, mesmo que não haja nuvens no céu no momento. É como se fosse um sonho, onde você pode estar na Itália numa cena e, segundos depois, no Canadá, numa situação completamente diferente. Como se vai da Itália para o Canadá em dois segundos? Nós aceitamos esses acontecimentos em nossos sonhos, mas achamos que são impossíveis no mundo tridimensional. Mas, e se não forem?
Continua no próximo Post – Cocriação Consciente – Parte II
*Efeito Isaias
No livro Isaiah Effect (Efeito Isaias, editora Cultrix, SP, 2002), Greg Braden relata como arqueólogos encontraram em 1947, um documento perto do Mar Morto chamado O Pergaminho de Isaias. Esse antigo manuscrito descreve como nós, seres humanos, temos a capacidade de influenciar as futuras possibilidades e profecias, e de alterar o mundo exterior a partir do nosso interior.
Fonte: livro Vivendo no Coração, de Drunvalo Melchizedek, editora Pensamento, SP, 2012.