Encarnei na Terra em 27000 a.C., numa caverna em Altamira, numa montanha que faz parte do que se conhece como Pirineus.
Eu me lembro dos preparativos para a minha chegada. A sagrada Deusa Terra, que estava pronta para aceitar minha essência, foi fecundada durante uma intensa cerimônia erótica. Era preciso criar uma grande força orgástica para atrair uma criança das estrelas. Não havia outra maneira de atrair seres de outras dimensões para a Terra.
Para conseguir isso, o povo passou muito tempo em suas cavernas, ouvindo o som das águas, que fazia com que suas mentes interiores enviassem vibrações para as órbitas dos planetas e das estrelas. As pessoas também vibravam com a energia Kundalini, que ativava a água dentro de seu corpo e provocava a ativação eletromagnética de seu cérebro. E, o mais importante, ativavam ao máximo sua força sexual.
Quando um casal fazia amor, todo o resto do clã o cercava, tocando tambores e pedindo às estrelas que enviassem grandes seres à Terra.
A intenção dessas pessoas era dar à luz seres de todas as estrelas do céu. Cada pessoa só fazia sexo com uns poucos indivíduos em toda sua vida, porque a fusão da energia Kundalini durante o ato sexual era tão intensa que a identidade pessoal podia se perder. Essas pessoas sabiam que podiam se perder para sempre fundindo-se a muitas outras e levavam uma vida inteira para aprender a fazer sexo sem perder o sentido de individualidade. Elas também descobriram que era mais fácil manter a identidade quando se uniam com o apoio do clã. No mínimo, era essencial que o pai da mulher e a mãe do homem estivessem presentes, em meditação, quando o casal se unia pela primeira vez.
Meses depois, pouco antes do nascimento, a caverna se encheu de luz proveniente de Spica (estrela, local de origem deste Ser). Isso agradou e maravilhou o povo, que então compreendeu que uma criança divina chegaria para ser seu mestre.
Hoje, quando alguém nasce com o conhecimento das estrelas, não é reconhecido no nascimento, e a informação que a criança carrega geralmente não é transmitida ao mundo. Na próxima fase da evolução, todas as crianças serão reconhecidas ao nascer, e as pessoas aprenderão com elas.
ESTRUTURA FAMILIAR E SOCIAL
Este Ser vindo de Spica e encarnando na Terra à época da Atlântida desenvolveu a “forma templária Atlântica”, que consiste, além de outras, uma forma circular para interação social.
O mais importante é que a estrutura fazia as vibrações da Terra, em seu giro ao redor do Sol, circularem para os campos cósmicos.
A “forma templária” também controlava o aumento da população, porque todos entendiam que ela não podia ser ampliada além dos três círculos originais.
Os primeiros povoadores – “os ancestrais” – desenvolviam o primeiro círculo de terra. Mais tarde, seus filhos se mudavam e construíam o segundo círculo. Quando os netos dos ancestrais se tornavam adultos, desenvolviam o terceiro círculo.
Então, o primeiro círculo se tornava o lar dos avós, que por sua vez se tornavam os guardiães da sabedoria do templo. O segundo círculo era o lar dos adultos, com ou sem filhos. Os adultos tinham muito tempo para a criatividade, porque geravam poucos filhos. O terceiro círculo era o lar dos jovens casais. Essa localização mais externa permitia que os jovens pais e seus filhos pequenos andassem pelas florestas circundantes, convivendo com os animais. Quando essas pessoas amadureciam e se mudavam para o círculo do meio, já tinham encontrado seu propósito na vida: trabalhar para a comunidade e para seu desenvolvimento espiritual. Podiam se divertir e desenvolver ao máximo sua criatividade e passavam muito tempo com as crianças.
Os mais velhos eram reverenciados e cuidados. Eram eles que conduziam todas as cerimônias de iniciação e a instrução espiritual nos templos.
A população se mantinha naturalmente estável, porque nenhum jovem casal queria gerar uma criança que fosse tirar espaço de uma pessoa mais velha e querida. Muitas vezes, depois que um ancião partia para o mundo espiritual, renascia numa criança.
CRIANÇA DESEJADA
Os nascimentos eram regidos pelo princípio de que todos tinham que ser bem-vindos à Terra. Todas as crianças eram escolhidas como uma dádiva à civilização, e, cada vez que um casal decidia ter um filho, se preocupava de que ele tivesse espaço para nascer, tornar-se adulto e expressar sua criatividade – e que um dia fosse acolhido no círculo dos mais velhos.
Por Dalva Helvig Nikolak
Fonte: livro Além do Tempo, de Barbara Hand Clow, editora Gente.
Continua no próximo Post – Crianças escolhidas – Parte II